Justiça, Cuidado e Ancestralidade: III Seminário da Pessoa Idosa reforça direitos e valorização da terceira idade no Tocantins

Foto: Rondinelli Ribeiro (TJTO)

Com compromisso, respeito e escuta. A Corregedoria-Geral da Justiça (CGJUS) realizou, nessa quarta-feira (1º/10), o III Seminário da Pessoa Idosa, que trouxe como tema central ‘Justiça, Cuidado e Ancestralidade’. Com mais de 400 inscritos(as), o encontro reuniu pessoas idosas, especialistas e servidores(as) no auditório do Tribunal de Justiça, em uma programação transmitida também pelo canal da Esmat no YouTube, ampliando o alcance e reforçando a inclusão.

A abertura oficial teve a apresentação do cantor Dorivã Dantas, referência da cultura tocantinense, que trouxe ao palco canções carregadas de memória e de identidade regional, fortalecendo laços de pertencimento. Ainda durante a programação, o público mergulhou na sensibilidade do Teatro da Maturidade (En)Cena, projeto de extensão da Universidade Federal do Tocantins (UFT) coordenado pela professora Renata Patrícia da Silva, com peças criativas que provocaram risos e reflexões sobre envelhecer de forma ativa.

O seminário seguiu com a palestra de abertura da professora, escritora e ativista indígena Eliane Potiguara, que abordou o tema ‘Velhice, ancestralidade e políticas públicas: Existem perdas, respeito e desafios para idosos(as) indígenas neste século de dor?’. Eliane destacou que a velhice não é apenas um processo biológico, mas também um território de memória e de sabedoria, que carrega a ancestralidade e merece reconhecimento tanto nas políticas públicas quanto na sociedade.

“É importante assumir a felicidade da vida, custe o que custar, até o fim. A nossa sabedoria do tempo e quem é a sabedoria? Os nossos velhos, os nossos anciãos, os nossos idosos. Por isso, oremos sempre para que a justiça se faça”, afirmou a palestrante.

O evento também trouxe reflexões sobre o papel do Judiciário na promoção e na proteção dos direitos da pessoa idosa. O corregedor-geral da Justiça, desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho, destacou que o seminário é uma oportunidade de demonstrar cuidado e cidadania, reforçando valores constitucionais.

“Uma das coisas mais importantes na vida é respeitar os idosos(as), respeitar a nossa ancestralidade. A Corregedoria, ao estar presente em um evento como este, cumpre um papel fundamental. Estamos mostrando para a sociedade a necessidade de cuidarmos dos(as) idosos(as), dos(as) indígenas e de todos(as) que precisam de atenção especial”, pontuou.

Cada palestra, apresentação e atividade busca dar visibilidade à experiência de vida dos(as) participantes, aproximando políticas públicas da realidade de cada idoso(a). Dalva da Silva Costa, homenageada pelo prêmio ‘Maturidade que Inspira’ e copeira no fórum desde 2001, relatou a emoção de participar do seminário pela primeira vez.

“É uma honra estar aqui, me sinto muito grata por esse convite. Nunca havia participado antes e estou encantada com tudo o que vivi hoje. Agradeço à equipe organizadora, ao doutor Pedro e, em especial, aos meus familiares que vieram me acompanhar”.

Atividades e debates

O seminário articulou cultura, conhecimento e reflexão em uma programação diversa. As rodas de conversa, conduzidas pela médica geriatra Karla Cristina Giacomin e pela psicóloga Monique Débora Carvalho da Silva, abriram espaço para diálogo sobre saúde mental, cuidado e o papel da família e do Estado na proteção da pessoa idosa. Os painéis ‘O Direito ao Cuidado na Perspectiva das Políticas Públicas’ e ‘A Quem Pertence o Cuidado? Saúde Mental da Pessoa Idosa entre o Estado, a Justiça e a Família’ reforçaram a importância de políticas públicas e estratégias de atenção integral à terceira idade, promovendo interação direta entre especialistas e participantes.

Compromisso

O Judiciário demonstra compromisso em ações concretas de proteção aos direitos da pessoa idosa. O juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça, Esmar Custódio Vêncio Filho, comentou sobre a importância da cartilha lançada durante o seminário.

“Esse seminário mostra o compromisso de o Judiciário garantir, na prática, os direitos da pessoa idosa. A cartilha é um exemplo disso, em linguagem simples, orienta sobre direitos, canais de acesso à Justiça e formas de proteção contra situações de vulnerabilidade, como golpes”, destacou.

Cuidado

A iniciativa do III Seminário da Pessoa Idosa busca transformar o conceito de envelhecimento em prática, evidenciando que a terceira idade não é sinônimo de silêncio, mas de contribuição social ativa. Iraci Xerente, presente no seminário, ressaltou a importância do evento para os(as) idosos(as).

“Estou muito feliz de participar pela primeira vez desse movimento. É uma oportunidade importante para nós, porque quase não temos saídas ou atividades assim. Gostei muito e espero que no futuro possamos ter mais convites e até levar esse tipo de programação para as aldeias”.

Além disso, a programação reforça o cuidado com a saúde mental da pessoa idosa, tema destacado pelo juiz coordenador da Coordenadoria da Cidadania (Cocid), Márcio Soares da Cunha. “O seminário é voltado especialmente para a saúde mental e ao cuidado da pessoa idosa. Lançamos a cartilha que orienta sobre direitos, prevenção de fraudes e locais de atendimento. Temos muito mais a aprender com a sabedoria dos(as) idosos(as) do que a ensinar”, evidenciou.

O Poder Judiciário Tocantinense demonstra, por meio de iniciativas como a cartilha de orientação e a própria realização do seminário, que o respeito à terceira idade se traduz em cuidado, proteção e inclusão efetiva. É nesse contexto de prática e compromisso que se evidencia a importância de reconhecer e valorizar a experiência, a sabedoria e a ancestralidade dos(as) idosos(as).

“Para mim este é um dos eventos mais importantes que realizamos, porque estamos demonstrando e mostrando para a sociedade a necessidade de termos cuidado com idosos(as), com indígenas e com pessoas que realmente precisam de nossos cuidados”, finalizou o corregedor, desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho. 


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