“Instauramos o compromisso de luta contra a violência de gênero”, reafirma a presidente do TJTO ao lançar programa de proteção à mulher do Judiciário

Foto: Elias Oliveira (TJTO)
Presidente do TJTO, desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe, lançou o programa na tarde desta terça-feira (30/4)

No Dia Nacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira (30/4), a presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe, reafirmou o compromisso do Poder Judiciário tocantinense na luta contra a violência de gênero e defesa dos direitos das mulheres, ao lançar o Programa de Proteção, Acolhimento Humanizado e Solidário às Mulheres do Poder Judiciário do Tocantins (PAHS).

“Este programa não apenas visa à proteção contra a violência, mas também busca proporcionar um acolhimento humanizado e solidário às vítimas que buscam amparo”, destacou a presidente.

Na oportunidade, a desembargadora citou que, além do amparo judicial, “estendido a toda e qualquer vítima de violência”, será disponibilizado ao público interno encaminhamento aos serviços institucionais de assistência social, psicológica e médica. “Atendimento acolhedor e humanizado, sem exposição e garantindo privacidade, confiabilidade e segurança das informações”, ressaltou.

Acolhimento este recebido pela juíza Nely Alves da Cruz, diretora da Comarca de Araguatins, quando resolveu buscar ajudar para a situação de violência a qual estava sofrendo. Durante o evento, a magistrada deu seu depoimento. “É uma causa que eu me preocupo muito”, disse emocionada, ao pedir às mulheres em situação de violência que denuncie as agressões sofridas.

Foto: Elias Oliveira

Apoio institucional

Durante seu pronunciamento, a presidente do TJTO fez questão de frisar que o programa não traz privilégios às integrantes do Judiciário em detrimento às milhares que sofrem violência. “Traz sim, apoio institucional e amparo”, enfatizou.

Foto: Elias Oliveira

Coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, a juíza Cirlene Maria de Assis Santos Oliveira, citou que o PAHS representa um marco.

“É um compromisso com a segurança e o bem-estar das mulheres que fazem parte do Judiciário tocantinense”.

Ela explicou que programa é uma expressão concreta do comprometimento do Judiciário com a segurança e a dignidade de todas as mulheres do PJTO. A juíza destacou alguns dos serviços que serão oferecidos pelo PAHS. “Nós teremos um protocolo sobre prevenção e enfrentamento à violência doméstica, pois nós entendemos que é fundamental que todas nós estejamos cientes dos nossos direitos e tenhamos consciência de como agir diante de situações de violência”, disse. “Nós também contaremos com um protocolo estrutural que garantirá um atendimento mais seguro e humanizando às vítimas, evitando a violência institucional e oferecendo todo suporte necessário para a proteção e a recuperação dessa mulher”, acrescentou.

O PAHS está sob a responsabilidade da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), com a co-coordenação da Divisão de Inteligência do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional do Tribunal de Justiça do Tocantins (NIS-TJTO), responsável pelas medidas de segurança.

Foto: Elias Oliveira

O desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho, que coordena o Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS), falou sobre a importância do Núcleo e como pode ser melhor utilizado por servidores (as) e magistrados (as). “Sempre que houver algum problema com os servidores e magistrados, é exatamente o Núcleo de Segurança que você deve procurar”, destacou.

Roda de conversa

O lançamento do programa ocorreu durante roda de conversa, realizado no auditório do Tribunal de Justiça, com a presença da juíza auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciana Lopes Rocha, e da magistrada Maria Domitila Prado Manssur, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP). Na oportunidade, foi discutida a “Violência Doméstica e Familiar contra Magistradas e Servidoras do Poder Judiciário”.

Foto: Elias Oliveira

A juíza Luciana Rocha falou sobre a resolução do CNJ e citou a Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar e a Política Nacional de Segurança, que unidas chegaram ao resultado da Recomendação 102, de 2021.

Segundo a magistrada, não existe um perfil específico da mulher em situação de violência. “A violência doméstica familiar é perversamente democrática”, enfatizou. Conforme a juíza, a Recomendação  102 surgiu especialmente a partir da questão de segurança, quando, em dezembro de 2020, houve o feminicídio da juíza Viviane Amaral, no Rio de Janeiro. A magistrada também citou outro caso de feminicídio contra uma juíza, ocorrido em Mato Grosso, dentro do fórum, por seu ex-companheiro.

A palestrante trouxe ainda dados referentes à violência doméstica e familiar. Em uma das pesquisas citadas, das 300 servidoras e magistradas ouvidas, 40% afirmaram que eram vítimas de violência. Ao falar do programa, destacou o envolvimento de diversos setores do Tribunal para que se possa “fazer a gestão efetiva dos riscos, por meio integrado com a rede também presente.”

A juíza Maria Domitila usou o caso da magistrada tocantinense Nely Alves em vários momentos da sua palestra em que falou um pouco sobre o protocolo de julgamento com perspectiva de gênero: como o protocolo pode auxiliar e orientar condutas. “Como o principal ponto, além do conhecimento do processo, da aproximação das vítimas, da aplicação adequada da nossa legislação e também das convenções assinadas pelo Brasil, inclusive as que garantem um amplo acesso das mulheres à Justiça, eu gostaria de destacar a palavra da vítima”, enfatizou.

“Hoje, nós ouvimos a palavra da Nelly, que falou algo que eu nunca vou esquecer. Ela ouviu uma música, ela seguiu aquela música. Vamos seguir essa música? Que a Nelly hoje nos ensinou, a música da coragem e vamos acreditar na palavra da vítima de violência”, frisou.

PAHS

Instituído por meio da Resolução Nº 18, de 20 de julho de 2023, seguindo Recomendação nº 102, do CNJ, o programa visa à prevenção, proteção e apoio adequado às magistradas e às servidoras em situação de violência doméstica e familiar.

Confira o vídeo apresentado durante o lançamento do PAHS:

Presenças

Prestigiaram o evento a vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Ângela Prudente; a corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maysa Vendramini Rosal; o ouvidor da Mulher, desembargador Helvécio de Brito Maia Neto;  a coordenadora de Ações de Prevenção à Violência da Secretaria Estadual da Mulher, Áurea Maria Matos; o subsecretário de estado da Segurança Pública, Reginaldo Menezes; a promotora de Justiça Munique Teixeira Vaz, coordenadora do Núcleo Maria da Penha; a coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, Pollyana Lopes Assunção; a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/TO, Harini Gabriela Garcia Cecchin; a secretária municipal da Mulher, Fernanda Halum Pitaluga; a presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica do Tocantins, Gizella Bezerra; a vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, juíza Julianne Freire Marques; a vice-presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Tocantins (Asmeto), juíza Odete Almeida; a coordenadora estadual da Patrulha Maria da Penha, major PM Flávia Roberta Pereira De Oliveira.

Também estiveram presentes representantes da Rede de Apoio de Proteção à Mulher Vítima de Violência; do Grupo de Trabalho do Programa PAHS; dos Sindicatos e Associação de Servidores da Justiça, bem como magistrados e magistradas, servidores e servidoras do Judiciário tocantinense.


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