Resumo
Este artigo consiste em uma análise documental, cujo objetivo é traçar uma revisão crítica do atual conceito de Autonomia da Pessoa perpassando pelo olhar das teorias filosóficas de Kant e Lévinas até a visão bioética na contemporaneidade Ocidental. Kant afirmava que o sujeito deve traçar para si a lei à qual deve obrigatoriamente obedecer. Essa é a autonomia esperada pelo filósofo. De outro modo, Lévinas fundamenta sua ética na heteronomia, isto é, antes de ser consciência pensante, ou mesmo livre, o sujeito é responsável pelo outro. No viés bioético, percebe-se uma preponderância da Teoria de Kant, com destaque da autonomia em detrimento aos demais princípios – Beneficência, não maleficência e Justiça. Conclui-se pela existência da Teoria do Menor Maduro em âmbito brasileiro, porém sem sua efetiva aplicação nos Tribunais Superiores.Referências
ARIÈS, Philippe. A História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1978.
BEAUCHAMP, Tom L.; CHILDRESS, James F. Princípios da ética biomédica. 2ª ed. São Paulo: Ed.Loyola, 2011.
BEAUCHAMP, Tom L.; CHILDRESS, James F. Princípios de ética biomédica. São Paulo: Edições Loyola, 2013.
BERLIN, Isaiah et al. Cuatro ensayos sobre la libertad. Madrid: Alianza, 1988.
BRESOLIN, Keberson. Autonomia versus heteronomia: o princípio da moral em Kant e Levinas//Autonomy versus heteronomy: the principle of morality in Kant and Levinas. CONJECTURA: filosofia e educação, Caxias do Sul, v. 18, n. 3, p. 166183, set./dez. 2013.
CHILDRESS, J. A Principle-based Approach. In: A Companion to Bioethics (H. Kuhse & P. Singer, eds.), Oxford: Blackwell Publishers Ltd. p. 67-76, 1998.
DWORKIN, Ronald. Domínio da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
FINLEY, Moises.I. Os Gregos Antigos. Lisboa: Edições 70, 1970.
HART, Roger A. Children´s participation: the theory and practice of involving young citizens in community development and environmental care. London: Earthscan/UNICEF, 1997.
HART, Roger A. Participação de Crianças: da indicação falsa até a cidadania. UNICEF, 1992.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa: Edições 70, 1995.
KIPNIS, Kenneth. Vulnerability. In Research Subjects: A Bioethical Taxonomy. En N. B. Commission, Ethical and Policy Issues in: Research Involving Human Participants. Commissioned Papers and Staff Analysis. Vol. II. 2001.
LÉVINAS, Emmanuel. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
LEVINAS, Emannuel. Humanismo do outro homem. Petrópolis: Vozes, 1993.
LEVINAS, Emannuel. Ética e infinito. Lisboa: Edições 70; 1982.
LEVINAS, Emannuel. PEPERZAK, Adriaan. Ética prima come filosofia. Milão: Guerini e Associados, 1993, p. 15-19.
LEVINAS, Emannuel. Totalidade e Infinito: Ensaio sobre a exterioridade. Milão: Jaca Book, 1980.
LEVINAS, Emmanuel. Humanismo do outro homem. Petrópolis: Vozes, 1993.
LUNA, F., & SALLES, A. Bioética: Nuevas reflexiones sobre debates clásicos. 1 ed. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica. 2008
MACINTYRE, Alasdair. Dependent Rational Animals: Why Human Beings Need the Virtues. Chicago: Open Court Publishing Company, 1999. (The Paul Carus Lectures Series, 20).
MARTÍN ESPÍLDORA, M. N.; ALTISENT TROTA, R. DELGADO MARROQUÍN, M. T. La intimidad, la confidencialidad y el secreto médico en la relación clínica con adolescentes. In: LÓPEZ, M. de los R.; JACOB, M. S. (Ed.) Bioética y pediatría: proyectos de vida plena. Madrid: Sociedad de Pediatría de Madrid y Castilla, 2010, p. 341-349.
MATTLI, Walter. The Logic of Regional Integration. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 9ª ed. Rev. e Atual. São Paulo: Saraiva. 2014.
MILL, John Stuart. Sobre a liberdade. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991.
NEVES, Maria Patrão. Na senda da responsabilidade moral. In:. Poiética do Mundo. Homenagem a Joaquim Cerqueira Gonçalves. Lisboa: Edições Colibri, 2001.
RAFAELA, Daisy; FERNANDES, Thais. A polêmica das biografias não autorizadas: O limiar entre o direito à intimidade x liberdade de expressão. In: Direitos Humanos e Sociedade Contemporânea. III SEMIDI/UNISAL; coordenadores: Daisy Rafaela da Silva, Regina Vera Villas Boas, Raul Fernando Nunes Marín - Lorena: III SEMIDI, 2014. Disponível em: http://www.lo.unisal.br/direito/semidi/publicacoes/livro5/Daisy%20Rafaela%20da%20 Silva%20e%20Thais%20Cristina%20Fernandes.pdf. Acesso em: 18 fev. de 2025.
Ribeiro, Diaulas Costa. Autonomia: viver a própria vida e morrer a própria morte. Cad Saúde Pública. 2006;22(8):1749-54.
SÊCO, Taís Fernanda Tenório. Por uma nova hermenêutica do direito da criança e do adolescente. Civilistica.com, [s.l.], v. 3, n. 2, p. 1-26, 10 dez. 2014. SEDU. Secretaria de Educação do Estado do Espírito Santo. Disponível em https://sedu.es.gov.br/calendario-escolar-2022. Acesso em: 24 nov. 2024
URZÚA, Alberto Lecaros. Hacia una autonomía encarnada: consideraciones desde un ethos de la finitud y vulnerabilidad. Revista Latinoamericana de Bioética, [s.l.], v. 16, n. 2, p. 162-187, 2016.
WANDERLEY, Natascha Tavares de Melo. Colisão de direitos fundamentais na questão das biografias não autorizadas: Uma análise no contexto do estado constitucional. 2014. 83 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Faculdade de Ciências Jurídicas e Ciências Sociais, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2014. Disponível em: http://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/6073/1/21011927.pdf. Acesso em: 2 fev. 2025.
WETTERNICK, Ernani Miguel Lacerda. Alcances e limites do principialismo em bioética clínica. 2006. 214 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 REVISTA ESMAT