O dia 11 de abril se transformou em uma data rememorável para os(as) jornalistas tocantinenses que se reuniram no auditório do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO) na noite dessa quinta-feira. O encontro foi marcado pela Cerimônia de Premiação dos Vencedores(as) do Prêmio Esmat de Jornalismo e pela entrega dos certificados de Pós-Graduação Lato Sensu em Comunicação Jurídica Estratégica na Era Digital. De forma muito simbólica, no mês em que se comemora o dia do jornalista (7 de abril), o evento ressalta a importância da atuação jornalística na consolidação democrática do nosso país.
Abertura
Durante a abertura do evento, Kézia Reis, diretora do Centro de Comunicação Social do TJTO, expressou sua gratidão como uma das concluintes da pós e refletiu sobre a missão do Judiciário de se aproximar da sociedade por meio da comunicação e a importância de garantir o acesso à justiça.
“Hoje eu falo, é uma fala minha, é uma fala de agradecimento, é uma fala de aluna, é uma fala de alguém que atua há dez anos no Judiciário, mas que teve a oportunidade de conhecer mais profundamente a nossa obra-prima, a nossa matéria-prima, que é a linguagem jurídica. Então, nesses meses nós tivemos uma trajetória longa na Escola da Magistratura, envolvendo diversos profissionais da imprensa, envolvendo também colegas de outras assessorias, para que pudéssemos realmente ampliar o nosso conhecimento e promover uma justiça mais próxima, mais inovadora e mais consciente também do seu papel”, desenvolveu.
Kézia também destacou os desafios enfrentados pela profissão jornalística e a perseverança em manter a dignidade e o compromisso com a verdade, mesmo em momentos difíceis. “A gente sabe o quanto é importante o acesso à justiça para a sociedade de hoje. E a gente tem falado muito dentro dessa caminhada do Judiciário, dessa relação com a imprensa, do papel fundamental que a comunicação tem nessa aproximação. Então, o Judiciário entende que isso é fundamental para que os direitos sejam garantidos. (...) mesmo atuando aqui no Judiciário há dez anos, eu saio dessa pós-graduação com conhecimento muito mais amplo, com formação ainda mais profunda nessa área de que eu gosto tanto, que é de fato garantir, por meio da comunicação, o acesso ainda maior da sociedade à justiça”, explicou.
Além disso, a diretora de comunicação também frisou a importância da valorização da profissão jornalística, agradecendo o apoio da Esmat como instituição oportunizadora.
“Nós sabemos o quanto a nossa profissão tem passado por situações árduas. Para nos mantermos, passamos por dificuldades, para nos mantermos, perdemos o nosso tom, mas não perdemos a nossa dignidade, não perdemos o nosso desejo de levar a verdade sempre, de garantir uma sociedade mais digna, uma sociedade mais justa, por meio, principalmente, do acesso à justiça. A gente sabe que sem justiça a gente não garante principais direitos, não garante os nossos direitos constitucionais, então é muito importante que a gente tenha essa consciência. Enquanto jornalistas ou nas assessorias, nos veículos de imprensa, sabemos que apoio como o da Esmat, que é uma escola de referência, para nós foi um grande privilégio”, encerrou.
Ao falar sobre a necessidade de fortalecer as relações entre a imprensa e as instituições para promover um diálogo construtivo, o desembargador Marco Villas Boas, diretor geral da Esmat, reconheceu a relevância do Prêmio e da Pós como uma iniciativa do Poder Judiciário de valorização dos jornalistas tocantinenses.
“É por isso que a imprensa tem de ter consciência da sua relevância no cenário democrático e de se aperfeiçoar melhor, ou seja, conhecer as instituições. Penso que as instituições têm de conhecer melhor a imprensa, esse diálogo é essencial, é um diálogo que fazia falta no estado do Tocantins”, apontou.
Premiações
O prêmio surgiu com o intuito de estimular e valorizar as produções jornalísticas que destacassem as ações em defesa da justiça social, direitos humanos e a melhoria da prestação jurisdicional. Dividido em seis categorias (telejornalismo, webjornalismo, radiojornalismo, fotojornalismo, jornalismo impresso e acadêmico), os vencedores fazem parte do g1 Tocantins, TV Anhanguera, Rádio CBN e da Universidade Federal do Tocantins (UFT).
Confira os nomes dos vencedores:
Na categoria telejornalismo
1º Lugar – Gessica Viana (TV Anhanguera) – Violentômetro: sistema ajuda a monitorar medidas protetivas do Tocantins
2º Lugar -– Ana Paula (TV Anhanguera) – Projeto resgata processos judiciais do século XIX e transforma histórias em animações / Polícia do Tocantins investiga caso de brasileiro que levou dois anos para provar que estava vivo
3º Lugar – Thiago Rogeh (TV Anhanguera) – Educação dá segunda chance para detentos no Tocantins
No webjornalismo
1º Lugar – Marco Túlio Câmara (g1 Tocantins) – ‘Se permitir é um ato de muita coragem’: diz estudante que mostra nas redes sociais a própria transição de gênero
Em depoimento, Marco Túlio enfatizou que iniciativas como o prêmio da Esmat são fundamentais para reconhecer o papel social do jornalismo.
“Eu fiquei muito surpreso, feliz e orgulhoso com o prêmio. O jornalismo precisa de apoio e de todo incentivo. Prêmios como este da Esmat valorizam o papel social do jornalismo, uma vez que nosso trabalho deve, sim, servir como ferramenta de mudança social. Nosso trabalho é essencial para o avanço da sociedade na conquista de direitos e visibilidade para pessoas que foram, por tanto tempo, marginalizadas”, afirmou.
2º Lugar – Patrício Reis (g1 Tocantins) – Sentença estrutural cria caminhos para uso sustentável da água da bacia do Rio Formoso na irrigação de lavouras
3º Lugar – Kaliton Mota (g1 Tocantins) – Regularização fundiária garante dignidade e realiza desejo de famílias que sonharam em dizer: 'nossa casinha'
Kaliton expressou sua satisfação pelo reconhecimento, enfatizando a importância desse prêmio na sua carreira jornalística. “Para mim foi uma grande honra como jornalista recém-formado, no auge dos meus 23 anos, conquistar um prêmio tão importante como este. É um reconhecimento pelo meu trabalho, não apenas como repórter de TV, que é a minha função atual, mas também como repórter de web. Fiquei muito feliz pelo reconhecimento, sei também que isso mostra que o meu trabalho está fazendo sentido e que estou no caminho certo”, compartilhou.
Categoria Fotojornalismo
1º Lugar – Vilma Nascimento (g1 Tocantins) – Casal sorri ao conseguir o documento da casa própria
2º Lugar – Otávio Frabetti (g1 Tocantins) – Mulher mostra chave de casa que sonha regularizar
Categoria Radiojornalismo
1º Lugar – Thaise Ferreira Macedo Rosa
2º Lugar – Deyse Gomes (CBN Tocantins) – Projeto propõe ampliar a efetividade da Lei Maria da Penha no Tocantins
Categoria Jornalismo Impresso
1º Lugar – Fred Alves de Oliveira
Categoria Acadêmico
Na sexta e última categoria, voltada para o acadêmico, o destaque ficou para as produções sobre vulnerabilidades digitais, má-fé jurídica e a polarização política.
1° Karolliny Neres de Oliveira
2º Nicole de Almeida Adler
3° Ana Luisa Duarte de Miranda
Em comentário, Ana Luisa agradeceu pela colaboração de seus colegas e da professora na produção do documentário premiado. “Foi um momento muito gratificante, um reconhecimento pelo nosso trabalho, um documentário feito a muitas mãos, estudantes de Jornalismo ávidos na manutenção da democracia e pelo pleno exercício de nossa área. Agradeço à nossa professora orientadora, doutora Ingrid Assis, que desempenhou o papel de maneira muito responsável e cuidadosa, sempre nos incentivando a seguir uma prática jornalística ética, e a todos os meus colegas que tornaram esse documentário possível: Aryana Penno, Larissa Mendes, Yuri Felipe Sousa, Glenda Barros, Lúcia Moraes, Lucas Miranda, Ileana Lopes, Iara Ferreira, Nívea Ayres, Pérola Venâncio, Eduarda Formiga, Maria Carolina Azevedo, Caroline Carvalho, Márcia Oliveira, Ailton de Paiva (Darley), Danilo Barbosa, Yasmin Oliveira, Vanessa Silva Costa, Kaliton Mota, Ana Lissa Alves, Thais Oliveira e Gabriel Silva Carvalho. Esse prêmio é nosso e do curso de Jornalismo da UFT”, salientou.
A professora doutora Ingrid Assis demonstrou orgulho e satisfação pela conquista, reiterando a importância do prêmio para o reconhecimento do trabalho acadêmico e jornalístico.
“Como professora do curso de Jornalismo da UFT e orientadora de um trabalho premiado, sinto muita felicidade e orgulho de ver a produção dos(as) nossos(as) estudantes sendo reconhecida em um prêmio com uma proposta social tão importante. Desejo vida longa ao prêmio da Esmat e que possamos sempre concorrer com o Jornalismo produzido pelos(as) nossos(as) universitários(as)”, comentou.
Pós-Graduação
Desenvolvida pela Esmat, vinte e dois profissionais concluíram com êxito a Pós-Graduação em Comunicação Jurídica Estratégica na Era Digital. Para a coordenadora, Professora Doutora Valdirene Cássia da Silva, o curso “foi uma rica oportunidade para quem buscava se destacar no campo da comunicação jurídica. Em um mundo cada vez mais digital, compreender os processos comunicacionais descentralizados e fluidos é fundamental para que jornalistas e assessores de comunicação possam resolver os desafios complexos impostos pela comunicação atual”.
Concluíram a especialização os seguintes profissionais:
Alessandra Bonfim Bacelar de Abreu Adrian
Aurora Augusta Fernandes da Cunha Milhomem
Bruno Vieira de Melo Aguiar
Cinthia Gomes de Abreu
Daianne Fernandes Silva
Elisangela Pereira de Farias
Gisele Oliveira de Meneses Burjack
Gles Cristina do Nascimento
Gleydsson Circuncisão Nunes
José Eduardo de Azevedo Gomes Rodrigues
Kézia Reis de Souza
Marcelo Santos Cardoso
Maria Ângela Barbosa Lopes
Melânia Kássia Barbosa e Silva
Nayla Angélica de Oliveira Moraes
Paula Márcia Bittencourt Viana Klein
Pedro Thiago Macêdo Oliveira
Samuel Darlan Ribeiro de Abreu Adrian
Vilma Oliveira do Nascimento
Wherbert da Silva Araújo