Discussões acerca das afetações da pandemia nos povos tradicionais marcam a manhã do segundo dia do XIV Congresso Internacional em Direitos Humanos

Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil possui 25% do seu território nacional ocupado por comunidades tradicionais. Em uma estimativa, trezentos e cinco povos vivem no nosso País e, apesar deste número e da participação na história de construção do Brasil, esses grupos possuem longos processos históricos de violações aos seus direitos.

As afetações da pandemia nos povos tradicionais e a garantia dos direitos humanos foi um dos temas de debate na manhã desta quinta-feira (20), no segundo dia de atividades do XIV Congresso Internacional em Direitos Humanos. Contando com a presença de painelistas do México, Estados Unidos e Brasil, a temática foi cercada por reflexões acerca da vulnerabilidade vivenciada por essas comunidades diante da pandemia do coronavírus.

Em sua apresentação, a socióloga mexicana Natividad Gutierrez Chong expôs indicadores e importantes dados coletados sobre os povos tradicionais e afro-mexicanos durante o período de crise da Covid-19. A palestrante destacou a importância de se manter informado a respeito dessas pesquisas, “sabemos muito pouco sobre a população afro-mexicana e como a doença realmente chegou a essas áreas. Precisamos saber, pois a falta de informações faz com que o problema de como a Covid-19 afetou as populações indígenas seja vago”, explicou.

Os povos indígenas vivem, hoje, uma situação ainda mais delicada de vulnerabilidade, devido aos efeitos da pandemia. “Uma das coisas aprendidas com a pandemia é a de que as carências estruturais, de saúde e econômicas ficaram bem mais evidentes”, acrescentou a socióloga. 

A estadunidense Mary Paula Arends-Kuenning usou do seu espaço para contextualizar um pouco a história dos americanos indígenas no seu país, além de apresentar dados de pesquisas sobre esses grupos durante a crise da Covid-19. Um dos pontos frisados pela painelista foi o de que – sem o tratamento de água, aparelhos de saúde e infraestrutura adequada para cuidados básicos para evitar a proliferação de doenças – a taxa de expectativa de vida desses povos apresentou o maior índice de queda.

O brasileiro Alex Pizzio da Silva colocou em debate as situações e os cenários vivenciados pelas quebradeiras de coco babaçu no Tocantins, no Bico do Papagaio. Em sua fala, o palestrante explicou que, por meio do seu projeto de análise, as conclusões prévias foram as de que a pandemia ampliou a vulnerabilidade dessas famílias por meio da diminuição de renda, limitando cada vez mais a capacidade de superação das adversidades.

O segundo painel da manhã foi mediado pela professora do Mestrado em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos, Lia Azevedo. 

 

Texto: Francielly Oliveira / Foto: Hordiley Canguçu — Comunicação Esmat


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