ASPECTOS JURÍDICOS DA AQUISIÇÃO DE ESPAÇOS NOS MUNDOS VIRTUAIS: ANÁLISE DE CASO DO THE SANDBOX, HORIZON WORLDS E SECOND LIFE
PDF

Palavras-chave

Direito
Novas Tecnologias
Metaverso
Direito de Propriedade
Bens Digitais
Espaços Virtuais (“Lands”)

Como Citar

Leandro Moreno, T., & Renato Cunha, C. (2024). ASPECTOS JURÍDICOS DA AQUISIÇÃO DE ESPAÇOS NOS MUNDOS VIRTUAIS: ANÁLISE DE CASO DO THE SANDBOX, HORIZON WORLDS E SECOND LIFE. REVISTA ESMAT, 16(28), 255–286. https://doi.org/10.29327/270098.16.28-2

Resumo

Vivemos em um mundo dinâmico onde as relações estão se tornando cada dia mais voláteis, complexas e ambíguas, consequentemente modificando o formato com que a sociedade se relaciona, seja no âmbito pessoal, seja naquele comercial, sendo grande parte dessas transformações decorrente dos avanços tecnológicos que alteram diuturnamente os modelos tradicionais outrora consolidados: audiências, consultas médicas, treinamentos esportivos e inúmeras formas de contratações realizadas por intermédio da modalidade virtual, que antes eram de exclusividade do mundo analógico. Desde meados de 2021, as grandes big techs investem vultosos recursos e tecnologia na popularização de um novo espaço de realidade virtual, o Metaverso. Tal espaço já é considerado a nova versão da internet, mas será que, finalmente, o mundo analógico está preparado para abraçar em definitivo o mundo virtual almejado pelos entusiastas do Metaverso? Estando ou não preparados, já não é mais novidade notícias relacionadas ao investimento de milhões de dólares para aquisição de bens por parte de particulares e empresas dentro desses mundos virtuais; porém, existe segurança jurídica para essas negociações? E o Direito, está pronto para regular essas relações de forma ampla, garantindo às partes o justo equilíbrio e a garantia da ordem social e econômica? Assim, o presente estudo, por meio de uma análise da incidência dessas novas tecnologias em conceitos consolidados como bens móveis e imóveis, busca analisar esses espaços virtuais e discutir os aspectos econômicos, jurídicos e sociais inerentes às negociações dos seus “imóveis” com base no ordenamento jurídico brasileiro.
https://doi.org/10.29327/270098.16.28-2
PDF

Referências

BENJAMIN, A. H. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.

BENJAMIN, A. H.; MARQUES, C. L.; BESSA, L. R. Manual de direito do consumidor. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

BRASIL. Lei n° 12.965, de 23 de abril de 2014. Marco Civil da Internet. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm. Acesso em: 26 jun. 2022.

BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 29 jan. 2022.

BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. Acesso em: 22 jun. 2022.

BUONO, F. M.; FRIEDMAN, J. A. Maximizing the Enforceability of Click-wrap Agreements. Journal of Technology, Law & Policy, 1999.

CASTELLS, M. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura. Volume I, a sociedade em rede. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

CASTRONOVA, E. Synthetic Worlds. Chicago: The University of Chicago Press, 2005.

CAVALIERI FILHO, S. Programa de Direito do Consumidor. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

ETHEREUM. Padrão de Token Não Fungível ERC-721. 2022a. Disponível em: https://ethereum.org/en/developers/docs/standards/tokens/erc-721/. Acesso em: 18 jun. 2022.

ETHEREUM. Padrão Multi-Token ERC-1155. 2022b. Disponível em: https://ethereum.org/en/developers/docs/standards/tokens/erc-1155/. Acesso em: 18 jun. 2022.

FACHIN, A. Z. Desafios da regulação do ciberespaço e a proteção dos direitos da personalidade. Revista Jurídica (FURB), 2021. Disponível em: https://proxy.furb.br/ojs/index.php/juridica/article/view/10081/5157. Acesso em: 4 jun. 2022.

FINKELSTEIN, M. E. R. Aspectos jurídicos do comércio eletrônico. São Paulo/Porto Alegre: Síntese, 2004.

GLANZ, S. Internet e contrato eletrônico. Revista dos Tribunais, São Paulo, 1998.

GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro: direito das coisas. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

GONÇALVES, C. R. Responsabilidade civil. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

GRAHAM, R. A quick FAQ about NFTs. Disponível em: https://blog.erratasec.com/2021/03/a-quick-faq-about-nfts.html. Acesso em: 14 jun. 2022.

GRINOVER, A. P. et al. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto: direito material e processo coletivo. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019.

HOFFMANN-RIEM, W. Teoria Geral do Direito Digital: transformação digital: desafios para o direito. Rio de Janeiro: Forense, 2021.

HORIZON. Termos de Serviço Complementares do Horizon Worlds. c2022. Disponível em: https://store.facebook.com/legal/quest/horizon-terms-of-service/?utm_source=www.google.com&utm_medium=oculusredirect. Acesso em: 1º jun. 2022.

INVESTING.com. Metaverso. c2022. Disponível em: https://br.investing.com/news/cryptocurrency-news/metaverso-vendas-de-imoveis-superam-us-500-milhoes-e-devem-dobrar-em-2022-mas-ha-quem-chame-de-piramide-971172. Acesso em: 7 maio 2022.

KIRNER, C.; SISCOUTTO, R. Realidade Virtual e Aumentada: Conceitos, Projeto e Aplicações. Porto Alegre: Editora SBC - Sociedade Brasileira de Computação, 2007. Livro do Pré-Simpósio, IX Symposium on Virtual and Augmented Reality, Petrópolis - RJ, 2007.

KRANZBERG, M. Technology and History: “Kranzberg’s Laws”. Tech Culture, v. 27, n. 3, nov. 1986.

LAS CASAS, B. História de las Índias (século XVI). México: Fondo de Cultura Econômica, 1951.

LAU, K. Non-Fungible Tokens: A Brief Introduction and History. 2019. Disponível em: https://assets.ctfassets.net/hfgyig42jimx/6A8K5H6VrTydTDuEFHXQ5P/3cca896ad77bd967859a7a1256a5a91f/Crypto.com_Macro_Report_-_Non-Fungible_Tokens.pdf. Acesso em: 21 maio 2022.

LESSING, L. The Code version 2.0. Cambridge: Basic Books, 2009.

LIMA, C. R. Validade e obrigatoriedade dos contratos de adesão eletrônicos (shrink-wrap e click-wrap) e dos termos e condições de uso (browse-wrap): um estudo comparado entre Brasil e Canadá. São Paulo, 2009. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2131/tde-03062011-090910/publico/Tese_Doutorado_versao_simplificada.pdf. Acesso em: 24 jun. 2021.

MEIRA, L. A.; DALL’ORA, F. S.; SANTANA, H. L. S. Tributação de Novas Tecnologias: o caso das criptomoedas. In: SANTANA, H. L.; AFONSO, J. R. (org.). Tributação 4.0. São Paulo: Editora Almedina Brasil, 2020.

MENDES, G. F. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2009.

META. Carta do Fundador. c2021. Disponível em: https://about.fb.com/news/2021/10/founders-letter/. Acesso em: 18 fev. 2022.

NEGROPONTE, N. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

NOUHAD, D. “Eldorado”. In: BRUNNEL, P. (org.). Dictionnaire des mythes litteraires. Paris: Ed. Nocher, 1988.

PAESANI, L. M. Direito e Internet: liberdade de informação, privacidade e responsabilidade civil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

RHEINGOLD, H. La Comunidad Virtual: Una Sociedad sin Fronteras. Barcelona: Gedisa Editorial. Colección Limites de La Ciência, 2004.

RODRIGUES, S. Direito civil: dos contratos e das declarações unilaterais da vontade. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

SANDBOX. Página Inicial. c2022. Disponível em: https://www.sandbox.game/en/. Acesso em: 1º mar. 2022.

SARLET, I. W. A eficácia dos direitos fundamentais. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2006.

SARLET, I. W. A eficácia dos direitos fundamentais: uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.

SETZER, W. A Missão da Tecnologia. 2007. Disponível em: https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/missao-tecnol.html. Acesso em: 14 maio 2022.

SOUZA, C. A. P. Responsabilidade civil dos provedores de internet: uma década à procura de regulação. In: GUERRA, Sérgio (Org.). Regulação no Brasil: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.

SOUZA, T. A.; ALVES, S. E. S. A Proteção ao Consumidor no âmbito do comércio eletrônico: uma análise à luz do princípio da vulnerabilidade. 2020. Disponível em: http://ri.ucsal.br:8080/jspui/bitstream/prefix/626/1/TCCTHAIANESOUZA.pdf. Acesso em: 12 out. 2020.

SUNDFELD, C. A. Direito Administrativo Econômico. São Paulo: Malheiros, 2000.

TARTUCE, F. Manual de Direito do Consumidor. São Paulo: Forense, 2016.

TEIXEIRA, T. Direito Digital e Processo Eletrônico. 5. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2020.

TEIXEIRA, T. LGPD e o e-commerce. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. Ebook.

TILIA. Termos de serviço do usuário da Tilia In. c2022. Disponível em: https://www.tilia.io/legal/tos/raw. Acesso em: 1º jun. 2022.

TURNER, D.; MUÑOZ, J. Para os filhos dos filhos de nossos filhos: uma visão da sociedade internet. São Paulo: Summus, 2002.

UOL. Economia do second life atrai processos de propriedade intelectual. 2009. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/paywall/login.shtml?https://www1.folha.uol.com.br/tec/2009/10/633974-economia-do-second-life-atrai-processos-de-propriedade-intelectual.shtml. Acesso em: 7 maio 2022.

VASCONCELOS, F. A. O CDC e a responsabilidade das empresas virtuais. In: DEMÓCRITO REINALDO FILHO (Coord.). Direito da informática – temas polêmicos. São Paulo: Edipro, 2002.

VENTURINI, J. et al. Terms of Service and Human Rights: an Analysis of Online Platform Contracts. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2016.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 REVISTA ESMAT