
O juiz Wellington Magalhães, diretor adjunto da Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), apresentou, nesta quarta-feira (06), os primeiros resultados de sua pesquisa de pós-doutoramento no Simpósio Internacional sobre o Futuro da Inteligência Artificial, realizado pela Universidade de São Paulo (USP). Com foco na aplicação da inteligência artificial generativa em ações ambientais, o estudo aponta caminhos inovadores para ampliar a efetividade da jurisdição ambiental diante de desafios como a crise climática e a sobrecarga do sistema judicial.
A pesquisa, desenvolvida no âmbito da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH/USP), investiga o potencial da IA generativa para apoiar a triagem automatizada de ações, a análise técnica de provas ambientais, o raciocínio jurídico e o monitoramento do cumprimento de decisões judiciais em processos ambientais. Sempre ancoradas em princípios de ética, transparência e valorização de saberes tradicionais, as ferramentas em desenvolvimento buscam reduzir a morosidade e aumentar a segurança jurídica nas decisões.
A iniciativa reforça o papel estratégico do Poder Judiciário na promoção da justiça ambiental e no enfrentamento dos impactos socioambientais que afetam especialmente comunidades tradicionais, povos indígenas e populações em situação de vulnerabilidade. Ao integrar inovação tecnológica com responsabilidade social e ambiental, a proposta contribui para o fortalecimento de uma justiça mais acessível, eficiente e conectada com os desafios do nosso tempo.
Sobre o Magistrado
Doutor em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e formador da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), o magistrado destaca que o modelo pode ser replicado em outras unidades judiciais, desde que respeitadas as salvaguardas institucionais e os parâmetros éticos.
“A tecnologia deve ser aliada na construção de uma justiça mais célere, participativa e ambientalmente comprometida”, afirma.