Esmat é a primeira Escola de Magistratura do País a realizar bancas virtuais de defesa de Mestrado

Mesmo em dias de confinamento e isolamento social, devido à COVID-19, alunos do Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) seguem firmes em sua jornada de crescimento acadêmico. Até o momento,  cinco defesas de dissertação já ocorreram na modalidade virtual, com o auxílio de plataformas digitais. Com isso, a Escola Superior da Magistratura Tocantinense (ESMAT) tornou-se a primeira instituição de ensino destinada a magistrados a realizar bancas de dissertação pela internet no País.

Para o diretor geral da Esmat, desembargador Marco Villas Boas, os investimentos em infraestrutra acadêmica deram o suporte para que o Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu não fosse interrompido devido à pandemia global do Coronavírus. “Não só o Mestrado, mas também cursos na modalidade de Ensino à Distância, videoconferências e palestras seguem com suas atividades normais. Estamos em isolamento social, mas nossa equipe permanece empenhada em garantir a missão de nossa entidade, que é a de formar e aperfeiçoar magistrados e servidores em busca de boas práticas e da excelência da prestação jurisdicional”, frisou.

Começo

 O primeiros acadêmico a utilizar o novo formato de avaliação foi o  magistrado Eduardo Barbosa Fernandes, que vive há nove anos em Arraias, na região Extremo-Sudeste do Tocantins, dando o exemplo. Tendo sua pesquisa, intitulada “Gestão das Unidades Judiciárias de Primeiro Grau na Justiça Estadual do Tocantins”, estava com defesa marcada para a primeira semana de março, data em que se iniciaram as primeiras ações de distanciamento social no Tocantins. “A preparação seguia normalmente, conforme as diretrizes traçadas com o professor-orientador, porém teve de ser adiada em razão das medidas de isolamento social. A princípio não havia outra data definida. No início do mês de abril recebi a informação de que a UFT havia normatizado o procedimento para defesa por videoconferência e me questionou se eu concordava ou preferia aguardar a liberação para defesa presencial, ainda sem data definida. Concordei com defesa por videoconferência, a qual se deu em 9 de abril”, afirmou.

Adaptações

Ainda segundo o magistrado, toda uma preparação teve de ser montada para o novo formato, uma vez que a própria defesa da dissertação representa um grande avanço na vida acadêmica, mas em contrapartida também foi um momento de grande ansiedade. “Como não sabia o procedimento da apresentação propriamente, meu orientador fez a explanação sobre o passo a passo do sistema de videoconferência adotado pela UFT, a partir daí passei a ensaiar a exposição, pois o tempo se limitava a 20 minutos, como na modalidade presencial, porém em um ambiente virtual, e depois de alguma preparação consegui resumir o assunto no tempo determinado”, ressalta. 

Avaliação

Após a apresentação, que durou cerca de uma hora, além do preparo antes do início da defesa, o juiz aprovou a nova modalidade de avaliação. “Acredito ser um caminho interessante, não só neste momento de crise e necessidade de distanciamento, mas uma ferramenta a ser pensada para reduzir custos na formação técnica e acadêmica, notadamente em pós-graduação”, ressaltou.

Já a apresentação da assessora jurídica Nathalia Canhedo, residente na Capital e atuante no Juizado Especial Cível e Criminal da Região Norte, e seu trabalho acadêmico “A cooperação como instrumento de efetivação dos direitos do trabalhador resgatado em condições análogas à de escravo no Tocantins”, ocorreu no último dia 5 de maio. Necessitou de treinamento e preparação; contou também com uma pequena porção de ansiedade e tendo como expectador seu esposo. “Gostei do formato, embora tenha ficado muito ansiosa com relação a dar algum problema na internet, no computador ou mesmo na apresentação. Então, tive de pensar em um plano B para caso algo desse errado”, lembra.

No final tudo deu certo, e para a pós-graduada, apesar de a duração da defesa ter se estendido ao prazo habitual, o recurso adaptado de avaliação garantiu a sua aprovação no Mestrado. “É um recurso relativamente fácil de ser utilizado, e o fato de estar em casa, sentada, no conforto do lar me deu um pouco mais de segurança na fala, até mesmo para administrar o tempo”, afirma a mestra.

Parceria

De acordo com Eugenia Paula Meireles Machado, chefe de Divisão Pedagógica do Mestrado, devido à pandemia do COVID-19, a defesa de dissertação, realizada em 9 de abril, foi a primeira, na história da Escola Superior da Magistratura Tocantinense, a ser defendida totalmente por videoconferência. O resultado, em parceria com a UFT foi bastante satisfatório. “A banca foi defendida durante a quarentena, quando a Esmat já havia suspendido a maior parte de suas atividades presenciais em virtude da pandemia do Covid-19. Por este motivo, a sessão de defesa ocorreu virtualmente, com a participação do mestrando e dos professores por meio de plataforma digital. Isso é um marco importante para demonstrar o valor e a responsabilidade que a Escola tem para com o público de estudantes e profissionais”, ressaltou.

Mestrado

Lançado em 2013, o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu de Mestrado Profissional em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) encontra-se atualmente em sua oitava turma de acadêmicos. Atualmente, as disciplinas e orientações se dão por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Esmat, como também em diversas plataformas de videoconferência disponíveis na Internet. Atualmente, 127 alunos já defenderam suas dissertações e receberam o Diploma de mestre.


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