Escuta qualificada e cuidado com a vida em pauta na Esmat

Foto: Hodirley Canguçu

Em um contexto de rotinas aceleradas e demandas constantes, parar para ouvir e acolher tornou-se um gesto essencial. Nesse contexto, a Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), em parceria com o Núcleo de Acolhimento e Acompanhamento Psicossocial (NAPsi), promoveu, na manhã desta quarta-feira (24/9), o Workshop Manejo Clínico da Ideação Suicida. A ação integra as atividades do Setembro Amarelo, campanha nacional de valorização da vida.

Voltado para profissionais da saúde mental que atuam no Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO), o encontro teve como foco o reconhecimento de sinais de sofrimento psíquico, o fortalecimento da escuta qualificada e o desenvolvimento de estratégias clínicas de cuidado e de prevenção no ambiente institucional.

O evento foi conduzido pela professora Maria Livia Tourinho Moretto, psicanalista e pesquisadora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Com uma abordagem cuidadosa, ela destacou a importância de compreender o sofrimento a partir da singularidade de cada sujeito. Segundo a docente, o suicídio não é um ato lógico, mas expressão de uma dor que, muitas vezes, não encontra palavras.

“A angústia é um afeto que não engana”, afirmou. Ela também chamou a atenção para a diferença entre escutar um relato e interpretar uma intenção.

Durante a manhã, foram abordadas estratégias clínicas de acolhimento, o impacto do luto e a importância de cuidar também daqueles(as) que permanecem após uma perda.

“Quero agradecer a iniciativa de vocês me convidarem para falar de um tema tão importante e tão sensível. Isso só mostra o compromisso da Esmat com a vida das pessoas”, afirmou a professora.

Um cuidado que se estrutura em equipe

O psiquiatra do NAPsi, doutor Wordney Camarço, reforçou a importância do tema. Segundo ele, mesmo em ambientes com boas condições de trabalho, como o TJTO, o volume de tarefas e a autocobrança podem gerar sofrimento silencioso.

“Nossa equipe solicitou essa capacitação porque temos vivenciado situações complexas no dia a dia. O objetivo é aprimorar o cuidado, ampliar o olhar e fortalecer a atuação técnica”, comentou.

A capacitação foi direcionada especificamente a profissionais do NAPsi e do Centro de Saúde do TJTO (Cesau), com o objetivo de aprimorar abordagens clínicas no contato com pessoas em sofrimento psíquico – até mesmo com aquelas que verbalizam ideação suicida, apresentam risco iminente ou estão em processo de luto.

Sobre o Napsi

Criado em 2020, o NAPsi é um serviço pioneiro entre os tribunais do país. Seu trabalho vai além do tratamento: promove a prevenção e o fortalecimento da saúde mental entre magistradas(os) e servidoras(es) do Judiciário Tocantinense. Desde sua criação, já foram realizados quase 6 mil atendimentos, com um alcance de 15% da força de trabalho do TJTO.

Com uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, psiquiatra e assistente social, o núcleo oferece atendimentos individuais, rodas de conversa e ações educativas — sempre com escuta humanizada, ética e sigilosa.

Onde buscar apoio:

  • NAPsi – Núcleo de Acolhimento e Acompanhamento Psicossocial do TJTO
  • Endereço: Edifício Florença, Quadra 103 Norte, Palmas-TO
  • E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
  • WhatsApp: (63) 3142-1467
  • Atendimento: De segunda a sexta-feira, das 12h às 18h

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